quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Então é natal...



Ver meu sobrinho ansiando pela meia-noite é lembrar de como eu ficava quando criança. Acordava esperando que tudo no dia 24 fosse especial. Nada poderia ser como nos outros dias, porque era véspera de natal, a vida tinha que ser mágica pelo menos em um dia no ano.
Muitos foram os natais significativos, aquele em que ganhei a minha primeira bicicleta, ou quando jurei ter visto o papai noel cruzando o céu perto de casa ou, na pré-adolescência, quando pude ficar a primeira vez na rua até as 6 da manhã. O natal era muito esperado, muito amado.
Minha família gosta de natal. Meu pai faz presépio, minha mãe monta a árvore de natal e me obriga a fazer compras com ela na véspera, encarando filas e filas, por amor a ela. Minha família se reúne e agradece pelo que foi e pelo que vai ser.
Hoje, aos 28 anos, um pouco desencantada da vida, das pessoas e da poesia na existência, talvez tenha perdido a magia que o natal me cercava quando criança. Pensava antes que a magia havia ido embora porque era difícil mantê-la diante da compreensão do funcionamento e da funcionalidade das religiões, mas não acho que tenha sido isso, já que o que me atraia mesmo era o quanto o mundo poderia ser mais bonito nesse dia, independentemente do porquê.
Hoje, faltando quatro horas para a virada do natal, ainda estou em casa jogada no sofá vendo seriado, reproduzindo o cotidiano, transformando essa data em algo banal, menos especial, nada mágico, mas como uma fagulha de esperança de um momento pleno, espero a tradicional oração à meia-noite, onde agradecemos pelo que veio e expurgamos o que foi.

Anseio por agradecer pelo que veio e expurgar o que foi e, quem sabe, um dia, a magia seja restabelecida.  

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