segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Do porque não se fechar para o mundo...



“Cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é”
                                                                       Caetano

Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Fernando Pessoa



Alguém consegue quantificar sofrimentos? Há uma fórmula para determinar o grau de dor e angústia do outro? Há alguém capaz de dizer que o meu coração dói mais ou menos que o seu?
Hoje conversei muito com dois queridos alunos... Duas dores tão opostas e tão iguais... E eu, ser adulto da questão, pude me identificar e aprender com eles, me permiti mostrar meu lado humano, que também passa por angústias e descontroles e em troca pude olhar nos olhos deles e não só partilhar das dores mas me colocar no lugar deles também...
Vivenciei com intensidade e verdade cada problema e cada reflexão... Suas narrativas me prendiam e me permitiam ver, sentir, chorar cada momento que vinham passando... E não é essa afinal a função das relações humanas?
Por isso escrevo, por isso me relaciono com os outros, por isso não me fecho em casulos e em realidades paralelas ainda que muitas vezes a fuga parece a melhor saída... O que não estaria perdendo se não me permitisse olhar as pessoas de verdade e vivenciar suas histórias... Do que não me privaria se não corresse o risco de mostrar para os outros os tantos eu´s que me compõem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário