quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O amor do porquinho da índia...

  A primeira namorada de Manuel Bandeira foi um porquinho da índia, pelo menos era essa a interpretação que ela fazia de todo aquele sentimento que lhe doía toda vez que ele se escondia, desdenhava de seu amor. Fico imaginado a dor que ele sentia toda vez que o porquinho ia e voltava, fazia um carinho e logo se escondia, se refugiava nos cantinhos da casa e de vez em quando fazia uma ternurinha... Quando estamos apaixonados acabamos por aceitar esse tipo de relação, nos contentamos com raspas e restos, como já disse Cazuza, nos magoamos, mas relevamos perante a possibilidade de uma ternurinha a mais... Coragem mesmo é ser porquinho da índia e não se entregar as ternurinhas oferecidas... Amar de verdade aquele que se expõe e se mostra pra você é muitas vezes deixá-lo ir... Estar ou não estar de verdade. Sou covarde!!! Ana Terra se envergonharia de mim... Mas como é difícil negar as ternurinhas daquele que você ama, ainda que você saiba que isso seria o certo...



Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração eu tinha
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

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