domingo, 19 de fevereiro de 2012

O homem máquina - À Alvaro de Campos...




Luzes pontilhadas espalhadas pelo céu, encobertas de nuvens que não foram produzidas pela natureza. Abaixo, luzes vermelhas e brancas, enfileiradas, estacionadas. Dentro, pessoas, não vivas, existentes apenas, mecanicamente mudando à marcha de primeira para segunda, ouvindo músicas feitas por pessoas que diferentemente delas vivem. Estão fechados, com medo de quem está lá fora, com medo de quem está dentro. Se está sozinho, tem medo de quem?
Quando está lá, artificialmente conectado à máquina, se torna parte dela, e cada vez mais esquece daquilo que já compôs sua alma... Se há alma, ela seguramente não suporta mais esse ritmo, essa vida, já buscou um escape, uma saída para fazer de sua existência algo que valha a pena.
E se algo ficou, tornou-se uma massa torpe, inerte, moribunda, que aguarda a redenção do relógio e não se permite ir além. Mas há um jogo acontecendo... O que fazer então? 
Torne-se espectador... não participe!

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